O iCCA é um subtipo de colangiocarcinoma (CCA)
O CCA, o carcinoma primário mais frequente dos ductos biliares, classifica-se segundo a sua origem anatómica em CCA intra-hepático (iCCA) e CCA extra-hepático (eCCA). O eCCA subdivide-se ainda em 2 tipos:1-3
O iCCA tem origem nos ductos biliares dentro do fígado e corresponde a <10% dos casos de CCA1,3
O CCA classifica-se segundo a sua origem anatómica3,4
CCA: colangiocarcinoma; dCCA: colangiocarcinoma distal; eCCA: colangiocarcinoma extra-hepático; iCCA: colangiocarcinoma intra-hepático; pCCA: colangiocarcinoma peri-hilar.
Figura adaptada de Blechacz B. 2017.4
Na Europa, a incidência do CCA varia entre 0,5 e 3,4/100.000 habitantes6
Embora seja um tumor raro, a incidência do iCCA está a aumentar em todo o mundo7-9
O aumento da incidência do iCCA pode ser atribuído a vários fatores, que incluem:7-9
Os dados referem-se ao período 1971–2009. Sempre que existem dados disponíveis, é apresentada a
forma de CCA com maior incidência (iCCA vs. eCCA) e a tendência ao longo do tempo
(↑incidência crescente; ↔ incidência estável; ↓incidência decrescente).
CCA: colangiocarcinoma; eCCA: colangiocarcinoma extra-hepático; iCCA: colangiocarcinoma
intra-hepático.
Figura adaptada de Banales JM, et al. 2016.6
Os dados referem-se ao período 1971–2009. Sempre que existem dados disponíveis, é apresentada a forma de
CCA com maior incidência (iCCA vs. eCCA) e a tendência ao longo do tempo
(↑incidência crescente; ↔ incidência estável; ↓incidência decrescente).
CCA: colangiocarcinoma; eCCA: colangiocarcinoma extra-hepático; iCCA: colangiocarcinoma intra-hepático.
Apesar dos avanços tecnológicos, persistem inúmeros desafios no que toca ao diagnóstico do iCCA, nomeadamente:10-12
Como tal, 60-70% dos doentes são diagnosticados com doença metastática ou irressecável, com uma sobrevivência mediana aproximada de 12 a 15 meses.11 A maioria (cerca de 60–65%) dos 30-40% doentes elegíveis para ressecção – o único tratamento com intuito curativo – apresenta recorrência da doença11,13-15
Para os doentes com doença avançada, a combinação gemcitabina/cisplatina é aceite como tratamento de referência em primeira linha. Em segunda linha, as opções terapêuticas são limitadas e, na ausência de tratamentos aprovados, os doentes só podem receber a melhor terapêutica de suporte possível11,16
Uma revisão sistemática da literatura analisou a sobrevivência e/ou a resposta dos doentes em 25 estudos que avaliaram a utilização de quimioterapia sistémica em 2L em doentes com cancro avançado do trato biliar17
A evidência disponível não foi suficiente para recomendar um regime de quimioterapia em 2L, embora os dados sugerissem que alguns doentes poderiam beneficiar de quimioterapia nessa fase17
A taxa de resposta à quimioterapia em 2L foi de 7,7% (IC 95% 4,6–10,9)17
Revisão sistemática
Endpoint primário: OS (N=761)
2L: segunda linha; IC: intervalo de confiança; OS: sobrevivência global; PFS: sobrevivência livre de progressão.
Figura baseada nos dados de Lamarca A, et al. 2014.17
Um estudo de fase 3 aleatorizado, multicêntrico e sem ocultação (ABC-06) de OS em doentes com cancro avançado das vias biliares previamente tratados com um regime de quimioterapia de gemcitabina/cisplatina comparou apenas o controlo sintomático ativo (CSA) (n=81) com CSA associado a um regime modificado de fluorouracilo, leucovorina e oxaliplatina (mFOLFOX) (n=81)18
A combinação de CSA + mFOLFOX resultou num aumento clinicamente significativo da OS, apoiando a sua utilização em contexto de 2L18
A razão de risco ajustada da OS foi de 0,69
(IC 95%
0,50-0,97; P=0,031; CSA + mFOLFOX vs CSA)18
Estudo ABC-06
Endpoint primário: OS (N=162)
ABC: cancro avançado das vias biliares; CSA: controlo sintomático ativo; mFOLFOX: regime modificado de fluorouracilo, leucovorina e oxaliplatina; OS: sobrevivência global.
Figura baseada nos dados de Lamarca A, et al. 2021.18